sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Surpresas de Salvador

São notórias, mas ainda assim foram surpreendentes a gentileza e a receptividade dos soteropolitanos. Aliás, igual surpresa foi descobrir essa palavrinha grega que define os que nasceram em Salvador, Bahia. Andando sozinha pela cidade e com algumas programações em subúrbios e zonas nada turísticas, para não se estressar, a carioca Catarina reservou uma graninha adicional pra circular de táxi, o que dava a ela o direito de não saber como chegar no destino. Para não ficar culpada com o (mal) gasto, decidiu se dar uma, umazinha só chance de tentar um ônibus rápido, de R$ 2,00. Pronto. Nunca mais entrou em táxi. Era parar no ponto e perguntar pra alguém que ônibus pegar pra Portão, ou onde fosse, que o sujeito se mobilizava até ter certeza de que o trajeto estava claro e entendido. As pessoas - sem exceção - tomavam as perguntas da moça como questões próprias. Uma vez, um casal de namorados tirou papel e lápis da bolsa para desenhar o caminho e seus percalços. Tiveram uma dúvida e levaram Catarina até o jornaleiro próximo, para esclarecerem vendo o guia de ruas emprestado. Outra vez, o ônibus de uma Sra. chegou enquanto ela dava explicações a Catarina. Sem titubear, perdeu a condução. E ganhou uma admiradora. Teve também o cara que, ao ver a carioca desorientada, cedeu sua revistinha com a programação do fim de semana, do jornal que levava. Gestos bonitos, altruístas, impensáveis na maior parte das capitais... Agora, Catarina em Salvador, só de ônibus. Mas e os taxistas, como serão?

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Isto aqui oh oh... Parte 2

Um pouco mais sobre a resistência de Boop aos blogs (via blog..):

1. Gosto de encontrar, ligar, escrever cartas, e-mails direcionados. Das agendas com cadeado. Das sessões de análise individuais. Das relações tête-à-tête. Com suas riquezas, fraquezas, mistérios. E o blog é uma contradição: é a massificação do particular. Mas, bem, uma coisa não impede a outra. As questões não particulares são, muitas vezes, particularmente importantes. O ser humano vai além dele mesmo. E, indo além, chega nele. Ou deveria. E como muitas vezes não dá pra chegar assim, honremos os encontros, as ligações, as cartas e e-mails direcionados, as sessões de análise...


2. Blog tem essa coisa devassada, exibicionista, volúvel, estranha. Tão para todos, tão para ninguém. Mas, na verdade, é só uma ferramenta. Não precisa ser um diário. Não precisa dar nome aos bois e, melhor, os bois podem vir da imaginação. Pra escrever (exercício, exercício) o que der vontade, sobre o que convier. Cada blogueiro com seus critérios. Se for só exibicionismo, as palavras revelam. Mas, oh tolice, exibicionismo não precisa ser via blog. Se o receio é que isto aqui seja uma máscara virtual, é melhor relaxar. Há tantas máscaras “reais” por aí. Marketeiros que o digam... E não marketeiros que apurem seus sentidos. Em todo lugar, realmente, "tem de um tudo".

3. Gosto dos livros. E o blog é uma compilação de textos, em geral, não publicados. Valor duvidoso? Que haja dúvidas. Inclusive dos editados. O leitor é que vai credenciar os blogs ou não. É também caminho para editores pinçarem novos autores, para o novo. Caminho do qual o leitor tem liberdade de desviar. * Aliás, interessados, viram que o Prosa & Verso está selecionando blogs literários de anônimos para resenhar?

4. Blogueiros reclamam de encontrar textos seus copiados em outros espaços, sem crédito nem permissão. Certo contrasenso. A reprodução descontrolada ou equivocada é inerente à linguagem da internet. Se incomoda, melhor não brincar. A regra é essa: a da falta de regra. Pro bem e pro mal. Até a legislação da web vingar ...

Partículas do admirável (?) mundo novo... Podia ter 5, 6, 7..

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Isto aqui oh oh..

Boop relutou, relutou. Mas criou um blog.
Blargh. Ou não. Veremos.

Se convenceu. De que a vida é isso aí, momento, instante. Se a gente espera pra lapidar muito os insights, o tempo passa, outras idéias e vivências relatáveis vêm à tona e aquelas anteriores já se foram. Esse discurso é pra ela justificar quaisquer baboseiras e erros que apareçam por aqui! Até certo ponto, a própria natureza imediatista de um blog já permite isso, né? Ainda assim, sua idéia é conciliar rapidez com qualidade, desafio básico de qualquer jornalista, mas que em poucos - acha - ainda provoca o agito interno (boop!) que ela sente. E não há idade que acalme. Paixão? Pitada de insegurança? Ou overdose de consciência sobre o papel social deste pontinho que representa na superfície da Terra? Talvez tudo isso e mais um pouco...

Quanto a este blog aqui.. O que será que será? Qualquer coisa com algum critério e sem pretensão. Um pretexto pra Boop exercitar a escrita prosaica (fictícia, de preferência) que não faz parte de sua nova rotina de trabalho. Um ambiente de troca com os amigos e quem quiser. Let's Boop!